O ato de apertar ou ranger os dentes involuntariamente é bastante comum em crianças a partir de 4 anos de idade. Nessa fase, há muitos dentes se acomodando na gengiva, e esse movimento acaba aliviando o incômodo. Para evitar sérias consequências, o tratamento para bruxismo infantil é fundamental aos primeiros sinais do problema.
Segundo estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% da população mundial desenvolve o problema. Os pais devem ficar atentos aos dois tipos do transtorno: bruxismo em vigília, quando o movimento é feito com a criança acordada, e do sono, que acontece com os pequenos dormindo.
Como veremos, as causas são diversas. Por isso, ao perceber algum desconforto na criança, é recomendável procurar um especialista, que indicará as melhores soluções. Em alguns casos, é preciso um acompanhamento multidisciplinar, pois a causa do distúrbio pode ser relacionada a fatores psicológicos, como veremos ao longo do texto.
Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura e entenda as principais causas e os tratamentos adequados para o bruxismo infantil.
Quais as principais causas do bruxismo infantil?
O bruxismo infantil pode ter como causas fatores físicos, como o mau posicionamento dos dentes, ou psicológicos, como ansiedade, tensão e traumas. Sendo assim, na maioria das vezes, a criança desenvolve o distúrbio como forma de extravasar alguma desordem interna.
Por isso, ao menor sinal do bruxismo, o mais importante é procurar um especialista para identificar as causas do problema. As crianças são muito sensíveis a alterações na rotina, como mudanças de escola e separação dos pais, e essas simples alterações podem causar desordens físicas.
Problemas respiratórios, como rinite, alergias e asma, além de enurese (urinar na cama), sonambulismo e sonilóquio (falar enquanto dorme), também podem estar entre as causas do problema.
Quais as consequências do bruxismo em crianças?
Na faixa etária mais acometida pelo bruxismo infantil, os pais devem ficar atentos aos primeiros sinais do distúrbio, já que é possível que haja consequências sérias aos dentes, devido ao atrito ocorrido por longo tempo.
Os principais problemas incluem desde desgastes mais leves até sensibilidade, dores articulares e fraturas, que podem ocasionar deslocamento e modificação da estrutura óssea da mandíbula e, ainda, aumento da pressão na cabeça.
Em situações mais graves, os dentes da criança podem amolecer e ela pode sofrer uma perda dentária, o que seria muito preocupante para a sua autoestima e para a interação social.
Dessa forma, embora o bruxismo não apresente risco de vida à criança, trata-se de uma condição clínica que afeta consideravelmente a qualidade de vida e do sono dela, gerando um quadro de estresse e irritação que comprometerá a sua vida social, o desempenho escolar e o desenvolvimento, de modo geral.
A dor de cabeça frequente é uma das reclamações mais comuns das crianças que apresentam bruxismo. Outros sinais que podem surgir (e devem ser relatados ao dentista) e são importantes para o diagnóstico são:
- ranger ou apertar os dentes com frequência, durante o dia ou o sono;
- zumbido no ouvido;
- sensibilidade nos dentes ao mastigar alimentos muito quentes ou gelados;
- dores frequentes na bochecha, nos dentes ou no maxilar;
- dores no rosto, em geral;
- contração espontânea da musculatura facial;
- aumento do tônus muscular do rosto;
- sensação e aparência de cansaço ao acordar.
O bruxismo infantil tem cura?
Ao desconfiar ou descobrir que a criança tem bruxismo, não é preciso desespero! Apesar de o distúrbio ainda não apresentar uma cura definitiva, há diversas opções de tratamento muito eficazes que tornam o problema praticamente imperceptível e oferecem muito alívio aos sintomas.
Como veremos a seguir, o primeiro passo é buscar o diagnóstico com um dentista e, se preciso, o de outros profissionais, como psicólogos, para avaliar a origem do problema e atacá-lo o quanto antes, a fim de evitar mais transtornos no futuro.
Qual o tratamento para o bruxismo infantil?
O diagnóstico do bruxismo pode ser feito por um dentista ou por psiquiatras e fonoaudiólogos, e o tratamento será realizado de acordo com os sintomas e com o relato do paciente.
Também é importante os pais entenderem que o transtorno (principalmente o movimento de ranger de dentes) pode ter uma ligação com outros distúrbios neurais, recorrentes na infância, tais como déficit de atenção, hiperatividade e autismo.
Nesse caso, o tratamento deve ser feito de forma multidisciplinar, envolvendo diversas áreas, incluindo a atuação de otorrinolaringologistas. De forma geral, existem algumas orientações para tratar o bruxismo infantil. Confira a seguir!
Busque auxílio de um dentista
O primeiro passo é procurar um odontopediatra para realizar uma avaliação do problema. O diagnóstico pode envolver raio-X para detectar o grau de desgaste dos dentes; um exame para avaliar a intensidade da mordida e, se preciso, uma polissonografia, feita durante o sono.
Além disso, a visita regular a um dentista também é uma excelente forma de evitar muitas doenças, garantindo a saúde bucal dos pequenos.
Utilize placas de mordida
Alguns sintomas decorrentes do bruxismo são dores frequentes de cabeça, no pescoço e no ouvido, que diminuem muito a qualidade de vida do paciente. Portanto, é comum a indicação de placas de mordida (miorrelaxantes) para o tratamento.
Elas são ótimas para amenizar as dores e, ainda, para preservar as estruturas articulares que vão se deteriorando com o atrito agressivo entre dentes.
Faça acompanhamento terapêutico
Além da proteção para os dentes, por meio de recursos odontológicos, é importante que os pais investiguem as causas do problema, a fim de solucioná-lo adequadamente.
O aparecimento do bruxismo também pode estar relacionado a transtornos, como ansiedade, hiperatividade, déficit de atenção e prescrição de medicamentos controlados, como dito. Por isso, se houver algum indício de distúrbio emocional, a ajuda de um psicólogo será essencial para auxiliar nas questões que podem afetar a criança, a exemplo de algum tipo de ansiedade ou de medo diante de mudanças, como citamos acima.
Também um fonoaudiólogo pode ser fundamental no tratamento do bruxismo infantil, com o objetivo de ajudar a criança a relaxar e a exercitar os músculos faciais, evitando tensões na mandíbula.
De maneira geral, o tratamento para bruxismo infantil pode envolver diversos profissionais, como pediatras e otorrinolaringologistas, além dos já citados. O mais importante é descobrir, o quanto antes, o que está por trás do problema e apoiar o pequeno paciente em várias frentes até que o transtorno desapareça.
Reduza o estímulo
Atualmente, com o uso excessivo de eletrônicos, como tablets e celulares, muitas crianças ficam mentalmente sobrecarregadas. Inclusive à noite, quando o corpo precisa relaxar para ter uma boa noite de sono.
Dessa forma, uma dica importante é estabelecer uma espécie de “higiene do sono”, algumas horas antes de o pequeno ir dormir. Um banho quente, uma boa história ou até o uso de técnicas de aromaterapia são excelentes opções para relaxar a criança e evitar noites agitadas que podem ser um “gatilho” para o bruxismo.
Diferentemente do bruxismo em adultos, geralmente ocasionado por períodos de estresse e tensão no trabalho, ou até pelo uso exagerado de substâncias estimulantes (álcool e tabaco), em crianças, ele costuma estar associado a desordens emocionais e neurológicas, nem sempre tão explícitas aos pais ou cuidadores.
Por isso, ao menor sinal de sintomas ou reclamações dos pequenos sobre dores e dificuldades com o sono, procure um especialista a fim de obter o diagnóstico correto e verificar o melhor tratamento para bruxismo infantil.
Este artigo foi útil para você? Quer mais dicas para contornar o problema? Entre em contato conosco e tenha acesso a mais informações de qualidade sobre a saúde bucal para você e para a sua família!